Conheça festivais incríveis de música instrumental [SIM São Paulo]
No dia 6 de Dezembro, no SIM São Paulo (Semana internacional da Música), acompanhamos o talk intitulado “As inúmeras vozes da música instrumental e seus festivais – do jazz à música eletrônica”, com a participação de profissionais organizadores e/ou envolvidos em festivais de música instrumental de diversos países e cidades, sendo:
Thiago Saraiva – MIA (Música Instrumental Agora) – São Paulo
Joakim Morin – Montreal Internacional Jazz Festival – Canadá
Justin McKenzie – Jaz Re:Freshed – UK
Inti Queiroz – PIB – São Paulo
Thiago Cury – Música Estranha – São Paulo
Anamaria Rigotto – Festival Sunset Instrumental – Minas Gerais
Simone Manchisi – Locus Festival – Itália
Mediador: Flávio de Abreu
O talk começa com uma breve apresentação de cada um dos participantes da mesa, através da (excelente) mediação feita por Flávio de Abreu.
Créditos: Thabata Guerra
Joakim começa apresentando o Montreal International Jazz Festival, que já recebeu um público superior a 2 milhões de pessoas, e que começou fazendo shows em venues (casas de show) televisionados ao vivo. O organizador do festival conta também que muito embora seja um festival de jazz, já receberam artistas de outros estilos musicais, afirmando que como o jazz não é um estilo tão popular, é importante trazer bandas e artistas de outros estilos musicais para trazer um maior apelo.
Créditos: Divulgação – Montreal International Jazz Festival
Anamaria Rigotto apresenta o Sunset Festival, um festival de música eletrônica, e comenta que o problema da música instrumental no Brasil não é uma questão de gostar ou não gostar, e sim que o brasileiro não conhece a música instrumental. O Sunset Festival seguiu uma trilha interessante, começando como um grande festival a céu aberto, com patrocínio da Vivo. Atualmente, por conta de mudanças estratégicas e cenário econômico, o Sunset tornou-se um Festival menor, indoor e conta com o patrocínio da Caixa Cultural.
Thiago Cury, fundador do Festival Música Estranha conta que o intuito é um festival de música exploratória, que saia do lugar comum. Essas características são “regras” para a formação do lineup do festival.
O Festival destaca o trabalho de artistas inquietos, que correm riscos, exploram novos caminhos e abordagens musicais, que transitam entre gêneros e linguagens distintas para expandir os limites da criação, interpretação e fruição na música experimental, de concerto e arte sonora.
Inti Queiroz, idealizadora do PIB (Produto Instrumental Bruto) fala muito sobre a questão da sua curadoria para o Festival, que ela considera mas um coletivo, um encontro da cena do que um “festival” propriamente dito. Inti reforça que música instrumental não é somente jazz brazuca, inclusive, em sua curadoria não entram apresentações de jazz e choro, a não ser que seja uma apresentação extremamente vanguardista e inovadora. Vozes e vocais também não são permitidos nas apresentações. A idealizadora comenta que o festival foi realizado por 3 anos com auxílio do PROAC, mas nos últimos 9 anos é um evento autosuficiente, com apoio dos envolvidos e especialmente da Casa das Caldeiras, local onde é realizado.
Créditos: Divulgação PIB
Justin McKenzie, fundador do londrino Jazz Re:freshed, conta que tudo começou com uma noite semanal ao vivo, onde os amantes de jazz tinham a possibilidade de se encontrar e se expressarem musicalmente. Justin comenta sobre a quente cena musical de jazz londrina, onde jovens de 16, 17 e 18 anos são os principais fãs do estilo. McKenzie comenta também que sente um pouco de falta de vocais e vocalistas de jazz, e que estranhamente o público jovem que ele cita, não sente essa mesma falta, e que dançam no ritmo da música mesmo sem vocal nenhum. Afinal, a voz é como uma guia, que atrai a atenção das pessoas, que as fazem cantar junto e seguir a música.
O projeto Jazz Re:freshed atuou de forma independente por 12 anos, e atualmente contam com o apoio do Arts Council do governo, de forma que o negócio ficou muito mais sérgio, organizado, e requer dedicação total dos organizadores.
Às vezes a limitação traz criatividade
Justin comenta que o valor cobrado para entrada no festival são 5 pounds, um valor acessível, que é integralmente repassado aos artistas da noite. Como forma de gerar lucro e manter o projeto saudável, além dos shows, o projeto conta com uma linha de roupas, atua como label e desenvolvimento de novos artistas.
Simone Manchisi, é organizador do Locus Festival, realizado na Puglia, Itália, mais especificamente em Locorotondo. Simone conta que tudo começou em formato “festival de boutique” em 2005, primordialmente com artistas de jazz. Atualmente, o Locus é um grande festival regional, abraçando toda região de Locorotondo com suas atrações e experiências, criando uma atmosfera cativante.
Créditos: Divulgação Locus Festival
Thiago Saraiva, representante do MIA (Música Instrumental Agora/ em Araçatuba) é organizado pelas Oficinais Culturais do governo de São Paulo, que visam realizar atividades GRATUITAS de formação e difusão cultural em diferentes linguagens artísticas.