No dia 7 de Dezembro, no SIM São Paulo (Semana internacional da Música), acompanhamos o talk intitulado ” O trabalho das agências de booking no mundo todo”, com a participação de manager, promoters e bookers do mundo todo, como: UK, Finlândia, Austrália, República Tcheca, Portugal, Itália, Uruguai e Chile.
Antes de começarmos, vamos colocar aqui um pequeno glossário de termos em inglês, que muitas vezes ao serem traduzidos, mudam de significado!
Manager = empresário, responsável pela gestão da carreira do artista
Booker = responsável pela agenda de shows do artista
Booking = atividade de agendamento de shows
Promoter = No Brasil pode ser chamado de promotor, produtor ou organizador, é a pessoa ou empresa responsável pela realização do show
Iggy Amazarray é brasileiro que trabalha em UK, na Marshall Arts, uma promotora de shows e booker. Iggy comenta que fazem um trabalho muito forte de desenvolvimento de artistas emergentes. Alguns artistas brasileiros que já trabalhou, foram Liniker e Emicida, por exemplo.
Através da PRS Foundation e British Council, a Marshall Arts consegue ajudar a levar artistas para outros países.
é muito fácil trabalhar com artistas consagrados
Peter Blazek, da República Tcheca é empresário de alguns artistas, através de sua agência 420 Production.
Ele comenta que na republica tcheca seu desafio é mudar a cena musical do pais, que não é tão relevante quanto ele gostaria.
Cristian Ormenõ comenta que o acesso a cultura no Chile é bastante complexo por questões econômicas, falta de condições técnicas de algumas casas de show, e de acessibilidade. Santiago, Concepcion, Valparaiso, são as cidades com fluxo e agenda constante de shows do país.
Camilo Sequeira, do Uruguai, comenta que trabalha muito com artistas brasileiros e argentinos, e entre os brasileiros, já trabalhou com Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Os Paralamas do Sucesso, Armandinho, e muitos outros. Como um spoiler, comenta que estão em contato com Os Tribalistas atualmente.
Camilo busca criar uma sinergia entre artistas e produtores da America Latina.
Buscamos apoiar bandas em que conseguimos visualizar uma projeção no Uruguai. Não adianta viajar por viajar fazendo turnês, mesmo tendo um apoio financeiro do governo ou patrocinador, é muito importante estudar se aquele artista tem potencial e sinergia com o mercado local.
Simone Manchisi, da Italiana Bass Culture dá algumas dicas para artistas que buscam se projetar em algum outro país ou mercado internacional.
Mostrar sua estratégia e números, independente do tamanho;
Seja realista com suas expectativas;
Faça pesquisas sobre quem pode te representar no país. Uma agência de booking grande não necessariamente é a melhor, você pode trabalhar com um profissional freelancer, por exemplo;
Trabalhe sua presença física (networking) e digital;
Tenha um material de qualidade gravado do seu show;
Faça benchmarking de outros artistas (qual a estratégia, onde tocaram, com quem eles trabalham).
Ser um agente é vestir diversos chapéus
Joel Byrne é de Adelaide, na Austrália, e atua como manager, artista e impulsionador de artistas.
A experiência que ele teve como artista atuando nacionalmente e internacionalmente agregou muito para que ele pudesse se tornar empresário e produtor. Ele não se coloca exatamente como um empresário, mas comenta que caso desejasse se tornar oficialmente um empresário, com certeza suas experiências como artista em turnê fariam com que ele pudesse ver os 2 lados da situação.
Um nome muito citado ao longo do talk foi o da banda brasileira Francisco El Hombre, que já foi bookada por 3 profissionais da mesa: Felícia Silva de Portugal, Camilo do Uruguai e Cristian do Chile.
Felícia diz que o espetáculo ao vivo da banda é impossível de resistir, de grande impacto, e que esse foi o principal motivo de agenda-los para o show.